O atual presidente da Itália, Sergio Mattarella, de 80 anos, foi reeleito neste sábado (29) pelo Parlamento para um segundo mandato de sete anos, após os partidos terem mergulhado o país em um impasse de seis dias.
– Os dias complexos que se passaram durante a eleição do chefe de Estado, e a grave situação de emergência que enfrentamos, de um ponto de vista sanitário, econômico e social, exigem um sentido de responsabilidade e respeito pelas decisões do Parlamento – disse Mattarella no Palácio di Quirinal, em breve mensagem lida na qual deixou claro que aceita a presidência.
Mattarella recebeu 759 votos, dos 505 necessários (a maioria dos 1.009 “grandes eleitores” que puderam participar). Na eleição anterior, em 2015, ele obteve 665 votos.
O atual mandato de Mattarella termina em 3 de fevereiro, e ele já havia indicado que não queria continuar em um segundo mandato de sete anos, mas a incapacidade da política para encontrar outra solução fez com que mudasse de ideia.
A cerimônia de posse ocorrerá na semana que vem, quando Mattarella se tornará o segundo chefe de Estado a repetir o mandato, depois de Giorgio Napolitano, em 2013 – também apesar de ter dito que queria se aposentar.
Foram necessários oito votos para que os partidos pusessem fim ao impasse e a solução era deixar tudo como está, com Mattarella como chefe de Estado e Mario Draghi no governo.
Draghi tinha expressado a vontade de ser o novo presidente, mas a sua nomeação teria exigido a nomeação de outro chefe de governo capaz de manter a atual coalizão heterogênea, o que não foi possível.
– Os italianos não merecem mais dias de tumulto. A minha consciência está limpa, fiz diversas propostas, todas elas de alto nível, todas elas rejeitadas pela esquerda. Defendemos a manutenção de Mattarella no Quirinal e Mario Draghi no governo – escreveu o líder de direita Liga, Matteo Salvini.
O líder do Partido Democrata (PD), Enrico Letta, publicou uma foto no Twitter com a mensagem “Obrigado, presidente Mattarella”, enquanto os líderes do Força Italia, Silvio Berlusconi, e do Movimento 5 Estrelas (M5S), Giuseppe Conte, disseram que ele é o único que pode garantir a unidade.
Contudo, a solução não agradou a líder de direita Irmãos da Itália, Giorgia Meloni. A eleição de Mattarella pôs em evidência o fracasso dos partidos políticos em dialogar e em encontrar pontos de convergência.
– Ficaria espantada se Mattarella aceitasse, depois de ter rejeitado firme e repetidamente esta hipótese – comentou.
por EFE
foto: EFE/EPA/QUIRINALE PALACE PRESS OFFICE