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Dezembro Vermelho: mobilização nacional e dados atualizados sobre HIV/Aids na Paraíba

O Dezembro Vermelho é um mês marcado por grandes mobilizações nacionais na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A campanha, instituída em 2017, visa aumentar a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce, além de quebrar o tabu que ainda envolve o debate sobre essas doenças. Em 2024, o médico infectologista Fernando Chagas alerta para a importância de se falar sobre o HIV.

De janeiro a novembro de 2024, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) da Paraíba registrou 619 novos casos de HIV e 169 casos de Aids no estado. Esses números destacam a necessidade da manutenção de campanhas de prevenção e diagnóstico precoce das ISTs. A taxa de detecção de HIV na Paraíba apresentou aumento entre 2020 e 2021. Foi de 16,5 casos por 100.000 habitantes em 2020 para 21,1 casos por 100.000 habitantes em 2021, embora tenha desacelerado nos anos seguintes.

João Pessoa, a capital do estado, segue como o município com o maior número de novos casos, com 406 registros de HIV e 98 de Aids em 2024. Outros municípios, como Campina Grande (52 casos de HIV e 17 de Aids) e Bayeux (37 casos de HIV e 16 de Aids), também apresentam números significativos. A SES destacou que a principal via de transmissão do HIV é a relação sexual desprotegida, enfatizando a importância da testagem regular.

O médico Fernando Chagas explicou que, apesar dos avanços no tratamento desde a introdução dos coquetéis antirretrovirais em 1996, o preconceito e o estigma ainda são grandes barreiras para o diagnóstico e o tratamento adequados. "Qualquer pessoa pode ser contaminada pelo HIV, independentemente da sua orientação sexual ou das práticas sexuais", disse o médico. Para ele, é fundamental que as pessoas busquem o diagnóstico, pois o tratamento precoce evita a progressão para a Aids, condição que reduz significativamente a defesa do organismo contra infecções oportunistas.

A terapia antirretroviral (TARV) é o tratamento indicado para controlar a carga viral, permitindo uma qualidade de vida normal para os pacientes. Atualmente, 9.376 pessoas na Paraíba fazem uso dessa terapia, que é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr. Clementino Fraga, em João Pessoa, é o principal centro de referência no estado.

Além da TARV, o Programa de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) são alternativas eficazes para prevenir o HIV. O PrEP é um medicamento usado por pessoas em situação de risco, enquanto o PEP deve ser administrado até 72 horas após uma possível exposição ao vírus. A médica infectologista da SES, Júlia Chaves, reforçou que essas medidas, combinadas com o uso de preservativos, são essenciais para impedir a transmissão do HIV e outras ISTs.

Serviços de Referência para HIV/Aids e outras ISTs na Paraíba:

  • Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr. Clementino Fraga (João Pessoa)
  • Serviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA) – João Pessoa
  • SAE – Cabedelo
  • SAE – Santa Rita
  • SAE/CTA – Patos
  • SAE/CTA – Campina Grande
  • SAE – Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) – Campina Grande (via regulação)

A SES destaca que, além da prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento contínuo são fundamentais para o controle da epidemia de HIV e Aids. O órgão incentiva a população a buscar os serviços de saúde, garantindo uma vida mais saudável e protegida contra essas doenças.


Fonte: Carlos Rocha/Portal T5

Foto: Divulgação/Semsa

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